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sábado, 28 de novembro de 2009

a pior coisa em ter consciência de que um dia estourarei os miolos é saber que haveriam pessoas que tentariam me impedir.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

o vento passou
tudo levou.
saudade, ficou.
quando chove, é diferente em casa e no quintal
aqui, mãe, eu e irmãos se reunem
lá não importa molhar o varal
cá dentro o coração da mãe nos satisfazem
terra úmida lá desliza e sabiá se esconde
o mais novo dos irmãos os olhinhos tudo caça
a árvore maior pras pombinhas vira casa
histórias da mãe viram amparo com café coado
e os bichinhos da terra lá fora nunca se separam
irmã mais velha reza pra chuva passar
última gota caí, a vida se restabelece
no eterno natureza naturezar.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

começando.

Em dias como hoje me ponho a pensar em que raio de mundo eu estava com a cabeça quando decidi ser professor e seguir carreira, e o pior, lecionar Filosofia em pleno século vinte e um numa megalópole como São Paulo, engane-se e muito quem pensa que é por prazer, prestígio ou dinheiro, se fosse por isso todo mundo faria filmes pornôs, mas como dar aulas tem lá suas regalias burocráticas e uma certa comodidade social acabei optando por tal meio de subsistência. O chato mesmo é ter que aturar toda aquela prole dos burgueses paulistanos todos os dias querendo saber a verdade em todas as vaidades fúteis que o cercam e os amamentam, coitados deles se soubesse que verdade alguma existe, estamos todos aqui vivos, condicionados pelo bem supremo amor e destinados ao único e universal topor, a morte.

Mas nem tenho tanto a reclamar, vivo sozinho, pago minhas contas de acordo como rege a orquestra estatal e me sinto dias sim e dias não o mais feliz dos homens sob esse teto mofado e doce que tenho como lar.

Mulheres trato como a palavra pede, no plural; amigos também, a única coisa singular em minha vida deve ser mesmo a rotina, rotina essa que de acordo com a sentença me garante um bom dia hoje, afinal é quinta-feira e tenho direito a um bom almoço e sexo com a mulher do delegado do 14º distrito da nossa tão protetora, benfeitora e amiga Polícia Militar do próspero estado de São Paulo, a Rita, não qualquer Rita, mas Ritinha como a vadia gosta de ser chamada, fodida e acariciada. Baita rabuda essa Ritinha, a primeira vez que sai com ela foi no mínimo trágica pro meu membro, afinal quando eu estava quase ao ponto de ter um orgasmo a queridinha rabuda da Ritinha vira e pergunta se eu já comecei, isso acaba com qualquer um, qualquer um mesmo, talvez foi em uma dessas que Jesus preferiu ser crucificado ao ter que domesticar a danada da Maria Madalena, tenho lá minhas teorias acerca disso, mas enfim, como ia falando, que baita rabo e buceta tem a ordinária, depois desse fora fui me entendendo com ela e aprendi que o melhor jeito de fazer bem a uma mulher casada, mal comida e com uma vulva maior que a caverna de Platão é começando bem as preliminares e pondo-a de lado afim de descarregar toda a porra suprema que Nosso Senhor Jesus Cristo nos abençoou.

Mas tirando todo o lado sexual da vadia ela até que é uma boa moça, três filhos, um já formando em Medicina na Usp, outro nunca ouvi falar e uma criança que ela usa de argumento pra me encontrar, afinal diz sempre ao senhor delegado marido dela que vai todas as quintas-feiras à reunião de pais do colégio, velha e batida desculpa cosmopolita, mas que funciona no nosso caso. Morena, umas varizes aqui e outras ali, um boca mais alucinante que LSD e todo aquele ar e olheiras de mulher que já viu e passou por tudo nessa vida, talvez isso que me encantou na devassa, ou o simples fato dela ainda me aturar depois de sete meses de trepadas semanais e ainda deixar uma conta em meu nome num mercado aqui perto de casa, certas atitudes maternais nos prendem e não há como escapar mesmo.

Triste mesmo é saber que devo levantar, tomar mais um banho gelado porque o idiota do sindico cínico dessa merda que vivo teve a coragem de cortar a luz do meu quarto na noite retrasada aproveitando que eu não estava em casa, deixando apenas um bilhete onde dizia: ou paga a conta ou paga o pato! Um besta mesmo, mas tudo bem, quando o tempo virar e o frio vier eu dou um jeito nisso, banho frio faz bem segundo sei lá qual tradição, me prendo a ela num momento assim, depois tomo meu café amargo com todos os biscoitos, doces, sucos, bolos, guloseimas e todas mais coisas que a gente vê em comerciais enlatados por aí, graças a boa vontade e conta da Ritinha ou do marido dela, é a vida. Me arrumo e vou de novo pra escola encarar todas aquelas jovens criaturas da modernidade e seus cânceres, fobias e traumas, em seguida encontro a Ritinha, volto e escrevo algo mais...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Milhões de livros sobre tudo que é assunto escritos por grandes mentes e ninguém sabe mais do que eu sobre as grandes perguntas da vida. Li Sócrates, ele transava com garotinhos gregos, o que pode me ensinar?
Pirro de Élida provou que o Ser não existe, mas se jogou em uma fogueira pra isso; Descartes prova que tudo é inato no Ser e com isso Deus existe, mas era um baita corno e traficante de maconha na Holanda.
E Nietzsche com sua Teoria da Recorrência Eterna. Disse que vivemos a mesma vida repetidamente por toda a eternidade. Que beleza! Vou ter que ver meu analista de novo. Não vale a pena!
Freud, outro grande pessimista. Fiz análise durante anos. Nada aconteceu. Meu analista ficou tão triste a chegar a brilhante conclusão de que todos os meus problemas advém do período em que eu ainda estava na barriga da minha mãe, ficou tão frustrado que abriu um restaurante.
Veja essa gente toda correndo. Tentando impedir o inevitável definhamento do corpo. É tão triste o que as pessoas passam...
Talvez os poetas estejam certos e o amor seja a única resposta.