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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

já que lidam com o coração como se fosse um produto, deveriam entender que a embalagem é frágil e não retornável.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Engraçado quando alguém diz ¨o Universo está conspirando à meu favor¨, sei lá, fica parecendo que o Universo é dominado por máfias, Dons Corleones, Capranos, a Yakuza ou esses mestres da teoria da conspiração como o Dan Brown e afins.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

seja oceano, mas me afogue
seja fogo, mas me queime
seja desejo, mas me provoque
seja cocaína, mas me vicie
seja vinho, mas me embriague
seja saudade, mas se afaste
seja medo, mas me amedronte
seja veneno, mas me imunize
seja o que for, mas me ame.
amar
deixou de ser verbo
se tornou substantivo,
simples.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

tentativa woodyaliana de acabar com as frustrações do cotidiano.

Gosto muito de escrever antes do banho, não há uma explicação para isso, qualquer explicação que houvesse seria reducionismo psicológico. Mas suponho que gosto porque assim me limpo primeiro escrevendo e depois me banhando. Não entendam.
Imeginei esse escrito a seguir, como a cena inicial do filme Annie Hall do genial Woody Allen, onde dois personagens amigos, Alvy Singer(o próprio Woody Allen) e Rob(Tony Roberts) estão caminhando por Nova York e conversando. Caso a mesma cena acontecesse de novo, seria como irei descrever abaixo, ou ao menos, gostaria que fosse assim:
-Como assim deram um tempo Alvy?
-Dando um tempo oras e não sou Cronos pra entender disso de tempo.
-Mas vocês não estavam bem? Não até se amavam?
-Sim Rob, só que ela pediu um tempo.
-Ah! Então ela pediu um tempo..entendi..
-Tá, tá..mas não é nada disso, a gente se ama, eu acho.
-Porque ela pediu um tempo então Alvy?
-Ela disse que sou pobre e não tenho um carro.
-O que?
-Isso mesmo, não tenho um carro e sou pobre e você sabe Rob que não irei mudar, minha mãe teve até uma auto escola e eu não quis tirar carta, muito melhor ser pobre e sem carro do que ser rico e ter que cuidar de quatorze carros, image só Rob, que complicado deve ser,IPVA, impostos, merdas de pompinha, irmão mais novo pedindo o carro emprestado, não suportaria, mal empresto minha bicicleta. E carros poluem e são feios, todos, sem excessão, pode ser uma Ferrari, um Porsche, o que for, não vejo beleza neles, são como charutos, só que com rodas.
-Te entendo Alvy, mas Annie parecia tão compreensiva, desprendida dessas coisas, será que foi isso mesmo?
-Não sei, mas passou.
-Sexo? Será que foi por isso Alvy?
-Não, isso não Rob, ela tinha orgasmos comigo em 80% das vezes que transamos.
-Sei...
-Tá bem, 60% das vezes.
-Aham..
-Ok, ok, ok 40% das vezes e não se fala mais nisso, quase parecendo oferta de natal essa porcentagem sexual minha com a Annie, ou melhor, nossa ex porcentagem, enfim, não foi por isso.
-Certo Alvy, e como você está?
-Bem, estou bem..
-E que vai fazer Alvy?
-Agora?
-Sim, pode ser, é um começo.
-Vou conhecer uma mulher que conheci pela internet.
-Como assim?
-Oras Rob! Conhecer uma mulher, que conheci pelo orkut, você nunca fez isso?
-Claro, mas como assim, onde conheceu ela?
-Em casa.
-Vocês já se viram?
-Não, não, eu estava em casa, e ela na casa dela, só que pelo computador.
-Óbvio, mas digo onde, tipo onde se conheceram?
-Numa dessas comunidades.
-Qual comunidade Alvy?
-¨Eu acredito em confio em Deus", Rob.
-O que????
-Sim, na comunidade "Eu acredito e confio em Deus".
-Mas você é ateu Alvy.
-Qual o problema Rob, estou indo conhecer uma mulher e não Deus.
-Certo, mas já pensou que ela pode se decepcionar ao saber que você é ateu?
-Claro né.
-E como vai fazer Alvy?
-Normal, já estou preparado.
-Como assim Alvy?
-Já estou preparado oras, do mesmo jeito que ela vai se decepcionar por eu ser ateu, já me decepcionei com ela, por ela ser cristã. Passado isso a gente se entende.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

eu amo você.
pega essas palavras
que em sussurro escrevo pronunciando.
leve, bem leve.
e a leve, contigo.
quebra cabeça que é a vida
quebra cabeça como quebra a minha.
quebra cabeça cada ligação que faço
entre o antes o depois e o sem agora.
quebra cabeça que é minha rotina
por quebra cabeça que é ter ela.

eu nunca mais

eu nunca mais escrevi nada pra ela,
pasmem,eu nunca mais vi o sorriso dela!
nunca mais ouvi o embalo doce da voz dela,
eu nunca mais sai pela rua só pra ver ela
eu nunca mais fiquei em orelhões ligando
ou esperando uma ligação dela.
eu nunca mais quis viver bem ao lado de alguém
como ao lado dela.
eu também nunca beijei ela.
nunca mais vi uma menina mulher como ela,
nunca mais desejei alguém como desejo ela.
nunca menos deixei de sonhar com ela
e principalmente nunca mais
esquecerei dela.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

tantas outras vezes me apresentei ao amor como egoísta,
dessa vez me apresento como seu.
na mesma estrada onde se encontra escrito caminho da felicidade se encontra escrito labirinto.
não há caminho para a felicidade.
o que há em si
é a própria felicidade.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

estou cansado de ouvir o galo cantar no quintal ao amanhecer,
queria ouvir um te amo, seu.
não gosto mais do barulho do dia, do som dos carros e do vai-vem das pessoas,
queria mesmo é ouvir um te amo, seu.
nem mais a noite com seu silêncio me alegra os ouvidos,
queria um te amo, seu.
o que me resta mesmo são as horas de sonho onde sempre ouço
um te amo, seu.

terça-feira, 25 de maio de 2010

¨réquiem para um sonho¨

Você sempre quis saber porque sou indeciso e hoje decidi responder.
O que acontece é que não sou indeciso, nunca fui, apenas não me vejo escolhendo algumas ou senão todas as possibilidades que o mundo pede que eu escolha.
Mesmo sendo um simplório homem percebo o tão amargurante é decidir algo para o meu próprio deleite ou bem, afinal, quase todas as opções engendram-se numa cadeia absolutamente desumana, causando mal, criando e recriando relações onde sempre um dos lados perde algo, como num grande jogo, que é a vida em si, não a vida como há de ser, mas sim essa vida sunordinada e jogada tal como vem sendo há tempos.
Soa como humanista isso, nem sei bem o que é, um simulacro de boas intenções que não é, mesmo que isso venha de mim e aparentemente não seja o que sou aos olhos tortuosos que me investigam e me sentenciam.
Mas voltando ao fado das indecições, não é que me sinto pressionado, isso nunca me ocorreu, me sinto sim quase envergonhado de ter que viver no mundo atual, onde há somente disputa, dissimulações, atritos e falsidades. Tudo isso em busca da felicidade, me pergunto se a felicidade é algo a ser buscado ou vivido? E mesmo que ela seja algo a ser conquistado ou buscado, os meios pelos quais ela viria seriam felizes, seriam dignos, puros, como penso que a felicidade seja e não é a como vejo dada a circunstância como todos as buscam.
Não suporto ou aturo toda essa busca animal, quase como um frenesi, esmagadora e sumária mente maligna em busca da felicidade.
Conquistas, vitórias, já não basta todo o trajeto histórico e sanguinário que a humanidade passou desde que o primeiro dos nossos semeia esse planeta em busca da tal felicidade? Já não passou da hora de simplesmente viver a felicidade?
Já não preenche o ego a conquista espermato-ovárica que passamos, sendo essa sim a mais díficil de todas?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

diálogo no motel.

-Você nunca sabe mesmo o que quer..vive na dúvida!
-E quem sabe algo da vida meu bem? No fundo todos nós vivemos na dúvida e eu já estou no fundo há muito tempo, a dúvida é meu habitat.
-Você fala como..como se...
-Como se o quê? Como se eu estive com dúvida? Isso não nego, sou contraditório e essa é minha maior virtude.
-Não, você não fala como se estivesse com dúvida, fala apenas como uma pessoa desinteressanda por tudo, vê tudo de uma maneira caótica, chega a ser pessimista demais com tudo...
-Pior que não viu, sou até que muito otimista sim..
-Por favor não me interrompa de novo, me deixe terminar.
-Vai lá, termine..
-Então, é que você é um humano gélito na verdade, nunca para pra pensar..
-Nunca paro pra pensar é otimo viu, eu penso até quando não estou pensando..
-Hey, me deixe falar caralho! Tá vendo, você nunca deixa nínguem falar..
-Apenas não sou obrigado a ouvir sempre o que falam pra mim, ainda mais se for sobre mim ou sobre o que penso.
-Tá bom mas me deixe continuar, finja que não é sobre você.
-Finjir!? Jamais, já me basta finjir toda manhã que o bom dia do cobrador do ônibus foi realmente um bom dia, que estou me deleitando com o filme que vejo no cinema com uma companhia qualquer só para não ser inconveniente, que ao escovar os dentes todos os dias me sinto bem, que quando me pedem meu último cigarro do maço não me sinto puto da vida e com muita má vontade não o nego, já basta de finjimento em todo o meu cotidiano, já basta!
-Nossa mas como você é difícil viu..
-Nunca te disse que sou fácil.
-Enfim, o que quero te dizer é que eu te amo! E que quero viver com você mesmo assim..
-Acho impossível.
-Impossível? Mas por que?
-Ah não tem porque, apenas acho impossível.
-Mas como? Me dê algum motivo!?
-Um motivo? Ta bom..Eu não amo você e nem sei se amaria, acho improvável um relacionamento em pleno século XXI.
-O quê?
-Isso mesmo, um relacionamento em pleno século XXI..acho algo impossível.
-Claro que não, eu te amo e posso fazer você me amar também.
-Me fazer amar, você!? Realmente você é um pouco quanto inocente viu, meus hormônios do amor secaram, e o que sinto por você é apenas desejo sexual, o que te deixei bem claro no começo de tudo entre nós quando te conheci, se você não consegue controlar o que sente aí já não é minha culpa, enfim, impossível te amar, ainda nem apredi a me amar e como quer que te ame!?
-Apenas me dê tempo, me deixe provar que você e eu podemos ficar juntos!??!
-Não.
-Não?!
-Isso mesmo, não, e você falou em tempo né!??! Pois é, tenho que ir agora, volto quando, quinta? sabado?? me lembrei quinta não vou poder que tenho que fazer alguma coisa que não me lembro, mas tenho que fazer. Então até mais,se cuida e vê se tira essas ideias da cabeça viu!??!
-Realmente você é incompreensível...eu aqui te falando de amor, te mostrando o quanto gosto de você e você com essa de quando vai ser a proxima!??! Eu devo ser uma idiota mesmo viu.
-Não, você não é uma idiota, se transo com você há 4 meses você com certeza não é uma idiota, só não gosto de conversar com você depois de uma boa trepada, só isso, e se vivesse com você isso ia acabar com tudo entre nós, até o tesão, até o tesão, imagina só como isso seria o fim de tudo!
-Agora vejo como sou uma idiota de gostar de você mesmo, no começo você era tão...era tão compreensível, tão dedicado aos meus sentimentos, era tão diferente..
-No começo todos são assim mesmo, e você não estava numa fase muito boa da vida, lembra bem né? Morando naquele quarto do outro lado da cidade, tinha acabado de perder o emprego, convenhamos, qualquer homem em um bar se sentiria sensível numa situação dessas, bom me deixe ir agora que ainda tenho que comprar cigarros e a cigarreira já deve estar fechando, beijos.
-Não! Espera! O que você pensa?? Que eu sou sua marionete? Que você vem aqui faz amor comigo e depois pode ir assim, saindo pra buscar seu cigarro e fazer num sei lá o que?! Po eu te amo cara!
-Olha se você quer mesmo saber o que penso eu te digo, é isso mesmo, estou sempre aqui nessa merda de motel com você por que gosto de fuder com você, se tem uma coisa que você faz bem é me dar prazer e acho até que ao invés de você falar você deveria gemer, pois quando você geme ai sim eu sinto alguma coisa por você, ai sim sinto algo incontrolável no me cérebro, ai sim te desejo de verdade! E se você me ama o azar é todo seu, continue me amando então, portando que continue fodendo como fode está ótimo!
-Vocês são todos iguais mesmo.
-Não senhora, eu nunca te enganei, nunca quis alimentar qualquer gota de esperança em você, sempre deixei bem claro, comigo as cartas sempre estiveram na mesa.
-Mas como?? Me diz!??! Você nunca sonhou em ter uma familia,filhos e tudo mais..
-Já despertei desse sonho que aprisiona a humanidade há muito tempo e familia já tive a minha que com o tempo se desfez, não quero e nem preciso de outra.
-Você é um animal mesmo!
-Sou sim! Como todos!
-Mas te amo mesmo assim!
-E eu adoro fornicar com você querida!
-Então antes de ir que tal mais uma!?
-Nesse caso fico sim!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

a vida é um absurdo que nem sequer rima.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

eu sou um doce malandro
quase nunca tive tudo que quero
o gosto disso é o que mais me encanta
saber que nunca precisei ter muito algo
me sinto ao vento assim
só esperando soprar a sorte
de ver seu sorriso um dia
e depois disso..
ahh e depois disso!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

É
eu
com
você
somos
juntos
palavra
crescida
aumentada
combinando
vivenciando
gradualmente
palatinamente
como essa rima
maior,sobre vida
como suave,medida

sábado, 13 de março de 2010

ambições.

sou como qualquer joão, josé e nestor.
quero apenas o pão, força pra ficar de pé e amor.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

o aperto
que dá aqui dentro do peito,
por você
não estar por perto
é tão doído que me deixa desfeito.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

ser o que a gente quer e realmente no fundo é
quando não mais se vai pelo embalo da maré,
ser, quando a vida já cansada de pedir que a gente seja
só é percebido quando o amor nos pede que o veja
e desse modo, sou, desde que a vida um amor
me mandou e com isso me alertou
de que sem você
nada mais seria
e no ritmo da não vida eu permanecia
desde que eu não te conhecia.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

o amor da minha vida, e minha vida tem um amor, já foi encontrado
é puro, doce, singelo e mesmo que seja distante e quase impossível
é o grande amor da minha vida que espero.
é porque sei que é, porque sinto que é e só pode ser
pois nenhum outro amor a vida me daria se não fosse esse que venero.
é o olhar, o abraço e o desejo que não nego
da vida comigo estar mesmo que seja quando ela aceitar de mim todo o bem que lhe quero.
é ter filhos, nossa casa, planos e o legado que esse amor assim dou crédito
por ser o amor maior do mundo que a vida pra mim escolheu como teto.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O fogo, o suor, sua vulva incandecente, você simulando a descente,
descendo, vagarosamente, como o esperma que por suas coxas descem suavemente.
Seu cheiro, sussuro, tremendo que nunca mente, e seu jeito de menina-mulher implorando que seja devagar e em frente.
O frenesi, o topor, todas as palavras molhadas de amor.
Sua boca que se encontra onde for, e eu te procurando nessa cama pra mais e mais fervor.
Nunca seque ou se esquece que isso tudo é um devaneio de um louco que nem sequer te merece.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

entro no ônibus, de manhã, sem dormir direito, sem vagas para sentar, vago, até ouvir um audacioso e fino ¨senta aqui moço, ta livre¨, quem diz é uma garota, bonita, daquelas que a gente percebe que tem um certo jeito de andar e rebolar apenas de vê-la sentada paradinha ali na poltrona.
silêncio, só quero chegar no destino e cumprir com a obrigação do trabalho, voltar pra casa e mais nada, não quero conversa, quero apenas olhar pro lado e nem querer ela, mas não teve como, toda aquela simpatia acaba com qualquer falta de clima.
ela logo manda um ¨oi, tudo bem, como se chama,que se faz?¨. respondo.
a replica dela foi ¨nossa, escritor, que legal, to com saudade do meu último livro, sabe, adoro ler, mesmo¨. nisso, me interesso um pouco e minhas pernas e instinto sismam em chegar mais pro lado, procuro saber qual livro.
ela diz ¨lua nova sabe? lindo, aquilo que é vida..e blablabla suave¨.
nisso aperto as coxas da menina e desço cinco pontos antes do meu destino.
no resto do caminho, percebo como o amor e a vida foram deturpados, assim como tudo nessa coisa opaca que gira cheia de pessoas fornicando e se iludindo assim que a primeira palavra foi dita e escrita na História cosmodemôniaca do mundo. recomeço.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Geralmente as relações são banhadas em dilemas, muitos em dilemas medíocres, destaco um, que chamo de ¨viver o eterno¨, um eterno cotidiano, não um eterno transformador, revigorante, costrutivo ou motivacional a novos horizontes.
Esse eterno cotidiano, é quase cego, tetraplégico e impotente, receoso de ir além da insegurança do não mais ter o outro e indisposto a realmente viver com o outro.
Visto isso, não fica notório as sempre mesmas questões a se perguntar numa relação? O excesso de vaidades e egóismos? E também toda uma cotidiana encenação de palavras soltas decoradamente afim de sempre receberem as mesmas respostas, como a mais cruel de todas, o eu te amo, que deve ser regado todos os dias, tempos e momentos nesse eteno cotidiano numa relação.
Fora isso, abaixo a isso do eterno cotidiano, muitas futilidades que preenchem o campo afetivo numa relação seriam suspensos, afinal, os envolvidos na relação deixando de lado todas essas frivolidades quase que inquisidoras se transportariam para algo além, algo superior ao vício de temer, do receio e repito insegurança, essa, causadora na maioria das vezes de todo esse eterno cotidiano.
Para ficar mais claro esse meu propósito, vejo o eterno cotidiano, de uma maneira bem simples, como aquele eu te amo, você me ama? joguinhos entre casais para testar o que ontem já foi demostrato e carimbado como certo. Essa ação retrógrada, esse frear nas relações que me incomoda, vejo nele algo como uma âncora num navio, onde seus tripulantes sempre observam uma linda ilha por perto, mas como estão atracados nesse lugar, nem sequer imaginam que possa haver algo maior na vastidão de um oceano, não sei se a analogia é boa, mas é assim que percebo esse eterno cotidiano, que não passa de um eterno receio em voltar as mesmas questões dia a dia.
Ou talvez Woody Allen realmente estivesse certo ao afirmar que as relações são irracionais, medíocres, falsas, absurdas e malucas.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Pai, tem noção do que significa essa palavra pra um menino?
tem noção do quando te ver, falar oi e com um sorriso no rosto e você simplesmente entrar no carro e continuar tendo em vista algo mais importante do mundo cosmodemoníaco dos engravatados?
imagina o que é a ausência paterna numa simples final de campeonato de futebol da cidade onde o time do seu filho é campeão, aprender a nadar e se sentir o super homem por alcançar o fundo da piscina com uns 8 anos, mas sozinho, terminar o colegial, entrar pra faculdade e conseguir tantas outras tais vitórias na vida mas nunca ouvir um ¨boa garoto, parabéns¨ vindo de um timbre de voz paterno, nunca falar de garotas com o pai, nunca saber como conseguiu conquistar a melhor mulher do mundo, aprender a soltar pipa sozinho, querer imaginar que você apenas errou, como todos erram, mas que pode melhorar, mesmo nunca ajudando.
mesmo eu sabendo que tenho em casa a melhor mãe do mundo e a mulher mais especial, todas essas coisas me atormentam, simplesmente por eu ser homem, menino que nunca viveu o sentimento pai, por completo.
sinceramente, eu não sou pessimista, suícida e muito menos realista, nada disso, nada dessas coisas que se encaixem na desarmonia que é minha vida.
eu só não vejo adiante, só isso, só não sei me ver bem lá na frente, trabalhando, tendo domingos de descanso e toda a idealização de toda uma sociedade.
não é também um sofrimento clichê, batido ou fruto da minha idade.
é só que o máximo que consigo enchergar de mim é um completo e absoluto nada, um nada corrosivo, dilacerante e mórbido, um nada muito além do nada.
dizem que todas as pessoas se conhecem e depois de um certo tempo se encontram, legal, posso dizer que já me conheço ao ponto de não me encontrar em lugar nenhum, sei de minhas potencialidades e tudo o mais, apenas não quero ou não vejo onde adequar isso, afinal tudo é hipocrisia, falta de senso, nexo e amor, tudo é tão falso, tudo tão constrangedoramente não humano que meu instinto bom não me permite continuar nisso que se chamam corrida pela vitória.
avisos não faltam, muitos dizem, continue, é só uma fase, fazer algo que não gosta pra na frente ter algo vale a pena, abaixo a isso porra! nunca!
não que eu seja um revolucionário idiota, longe disso, é que ser humano, demasiado humano num mundo onde toda a humanidade é negada me faz mal, muito mal.
e sempre me pergunto, o que nos faz continuar? família? amigos? ambições? temores? o que? e cessando tudo isso, o que resta?
fico imaginando quando minha família, ou os pilares dela, se forem, o que restará? talvez por isso continuemos criando famílias, sonhos, ambições e todo e qualquer meio de se seguir adiante, pois acabando isso, acabou-se tudo.
o ruim em mim, é que tudo isso já é visto como acabado, como não próspero ou motivador, apenas por que penso que acabo sabendo demais de coisas que não deveremos nunca saber.
e digo, sou o mais feliz dos homens quando apenas um lapso de felicidade desaponta no meu peito e isso é muito constante, tal como o amor que sinto por querer viver e o desapontamento que isso me causa.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Viva Macunaíma, viva Iemanjá, calor, sangue e pedra.
Viva Chico, Maria, viva João!
Viva Gláuber Rocha, Viva o sertão e a Mantiqueira, Viva!
Abaixo a Abbey Road, abaixo a Warhol, Duchamp ou Banksy!
Abaixo a Nouvelle Vague, ao Château e ao Time Square.
Viva saudade, palavra nossa, que não se traduz, Viva!
Viva Tom, Elis, Caetano, Belchior e você neguinha.
Viva o terreiro, o tchê, uai e a ordem e progresso que nunca vai.
Abaixo ao underground, aos realites, royalts e os rolls royces.
Viva Milton, miséria, o samba, sampa e a vida não séria
que faz desse meu país uma casa distraída e sem saída.
Viva! Viva Fortaleza e sua beleza Lidiana.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

ame gostos, ame cheiros, ame temperos,
ame estradas, ame casas e ame crianças.
ame os astros, ame barcos, ame circos,
ame vozes, ame o ar, ame o mar,
ame o vento, ame você e ame saudade.
ame o desespero, ame carinhos, ame a tristeza.
ame a felicidade, ame a vontade e ame viver.
ame, simplesmente ame e mais importante
ame amar!

sábado, 2 de janeiro de 2010

..iste.

e se na verdade ele for triste
se o que sonha nem existe
e ainda assim ele persiste
mesmo que nada conquiste
nisso de viver que insiste.